O otimismo da população brasileira quanto à aposentadoria ainda não resulta em ações eficazes para garantir o futuro financeiro e mostra, além disso, lacunas que precisam ser preenchidas para se evoluir na discussão do tema. É o que mostra a 4ª edição da pesquisa anual de Preparo para a Aposentadoria (The Aegon Retirement Readiness Survey: Inspiring a world of habitual savers) realizada pela seguradora Aegon, parceira global da Mongeral Aegon, realizada em 15 países em janeiro e fevereiro deste ano.
Nos próximos anos, muitos (41%) acreditam que a situação vai piorar para as futuras gerações.  Já 32% acreditam em um cenário igual ao atual, enquanto a minoria (23%) acha que vai melhorar.

 

 

 
O Brasil ficou em segundo lugar entre os 15 países pesquisados no Índice Aegon de Preparo para a Aposentadoria (ARRI), criado pela seguradora para avaliar os hábitos de poupança e planejamento para esta fase da vida.  Com nota 6,7, considerada mediana, os brasileiros estão atrás somente dos indianos (7,0) no ranking. A média global foi de 5,9, considerada  baixa pelo critério de avaliação. No entanto, mesmo com esta classificação de destaque no ranking e uma postura otimista, o estudo revela que o brasileiro tem desafios pela frente: 37% não acreditam na sua própria capacidade de manter seu estilo de vida e viver de forma confortável na aposentadoria, contra 28% que estão muito confiantes. Deste total, as mulheres estão mais otimistas do que os homens- 41% contra 34%, respectivamente.
 
Desafios - O estudo mostra que ainda existe uma grande lacuna entre o nível de conscientização e os verdadeiros hábitos de poupar. Do total de trabalhadores entrevistados, apenas 23% possuem planos formais, ou seja, algum planejamento concreto. Há ainda 28% que não participam de nenhum sistema para aposentadoria e 47% que possuem planos, mas não "por escrito”.
 
Entre os entrevistados, 29% pretendem parar de trabalhar gradualmente antes de se aposentar totalmente, adotando horários flexíveis ou contratos temporários, contra 24% que farão a transição para aposentadoria de forma imediata.
 
 
A adoção de um planejamento financeiro que considere imprevistos na capacidade de gerar renda durante a vida profissional ainda é um desafio. A maior parte da população continua contando apenas com a poupança individual para essas situações inesperadas: 57% afirmam que, se for necessário interromper o trabalho por longo período ou não conseguirem mais gerar renda até a idade da aposentadoria, vão contar com essas economias. Do total, 24% esperam contar com a renda do cônjuge, 19% com o seguro por invalidez, 18% com a venda de um bem, como um imóvel, e 18% possuem algum tipo de seguro como plano B.
  
 
 Recomendações - Para contribuir com a evolução do tema, a pesquisa aponta caminhos. Todos levam em consideração os três pilares fundamentais para garantir a segurança financeira para a população e um sistema de previdência sustentável: indivíduos, empregadores e governos.
 
Indivíduos: Devem ter maior controle do seu futuro financeiro, buscando mais conhecimento sobre as opções de investimentos e planos existentes, além de traçar metas para as finanças relacionadas à aposentadoria.  Poupar constantemente, mesmo que seja com pequenos valores de investimento. Não contar apenas com a poupança individual para o caso de imprevistos que afetem a geração de renda por um tempo, buscando um plano B para essas situações, como os seguros por invalidez e doenças.

Empregadores: Devem criar ou aumentar os programas de educação financeira no ambiente de trabalho e estimular o hábito de poupar em situações de rotina, atrelando os incentivos a momentos importantes, como aumentos de salário. Outra contribuição é facilitar o acesso aos planos de aposentadoria. Adotar novas políticas no ambiente de trabalho e benefícios para atender a diferentes faixas de idade, permitindo que as pessoas construam suas reservas durante a carreira e que possam trabalhar além da idade normal de aposentadoria.

Governo: Deve estimular programas de aposentadoria gradual, com um modelo que permita a transição em fases. Assim, aqueles que atingirem a idade para se aposentar podem continuar trabalhando de forma reduzida (carga horária menor, posições menos exigentes, salário reduzido, etc.). Os trabalhadores continuariam ganhando benefícios de aposentadoria adicionais, proporcionalmente ao tempo adicional de emprego, que passaria a ser inferior ao tempo integral. Outra iniciativa indicada é facilitar a educação na força de trabalho e programas de bem-estar, assim como a criação de incentivos fiscais para os empregadores que adotem estes programas. O governo pode, ainda, estimular os trabalhadores a criarem um plano B caso eles não consigam trabalhar até a idade planejada de aposentadoria devido à perda de emprego, invalidez etc., através de ampliação da isenção de impostos em seguros e outros produtos de proteção financeira.
 

Os relatórios completos estão disponíveis para download emhttps://www.mongeralaegon.com.br/mongeral-aegon/mongeral-aegon/grupo-aegon/ 

Fonte: Diário dos Fundos de Pensão - ABRAPP