Maristela Loffreda Gorayb, planejadora financeira, responde a pergunta de uma leitora no VALOR ECONÔMICO sobre qual o melhor regime tributário, o regressivo ou progressivo.

Para não perder o tempo de nosso leitor, vamos direto à  parte que nos interessa em sua resposta. Ela nota parecer  óbvio que o regime regressivo é a melhor opção de tributação quando se considera apenas que as alíquotas são decrescentes ao longo do tempo. Mas isso pode não ser verdade em todas as situações. No caso de uma pessoa que venha a ter no futuro uma renda tributável baixa, por exemplo, dependendo dos valores, a alíquota pode ser menor do que os 10% da tabela regressiva ou mesmo isenta, sendo assim vantajoso o regime progressivo.

Outra opção seria a pessoa ter muitas despesas dedutíveis. A base de cálculo para o Imposto da Renda tributável poderia ser reduzida ou mesmo eliminada, o que também seria mais vantajoso do que a tabela regressiva.

Lembro ainda que após 65 anos de idade há uma parcela isenta de IR, hoje de R$ 24.751,74 no ano, e as parcelas a deduzir da tabela dobram de valor, o que auxilia nessa estratégia.

Portanto, apesar de a tabela regressiva ser mais indicada para a grande maioria dos casos, em situações específicas poderia valer a pena ter uma parcela da reserva total de previdência no regime progressivo, como uma aposta de que na fase da aposentadoria haverá condições de se enquadrar em faixas de renda mais baixas ou de deduzir valores da base de cálculo dessa renda, tornando os valores pagos inferiores aos da outra tabela.

Fonte: Abrapp