Em editorial, sob o título “Futuro incerto”, a FOLHA DE S. PAULO lamenta ser o Brasil um dos países que menos poupam no mundo, conforme mostrado por estudo do Banco Mundial, e a partir dessa constatação o jornal propõe que o governo adote medidas que estimulem o brasileiro a poupar. Isso ajudaria não apenas às pessoas, que passariam a contar com uma reserva em momentos de incertezas, como aliviaria os cofres públicos e disponibilizaria recursos para estimular a atividade econômica.

 

Diz o jornal (vale lembrar que a Abrapp vem dizendo o mesmo) que as alíquotas de tributos podem ser manejadas com essa finalidade. Outra opção é o FGTS, onde mudanças devem ser feitas para que o trabalhador tenha maior controle sobre o dinheiro depositado.

Na véspera, o jornal trouxe a informação de que apenas 11% dos brasileiros poupam para a aposentadoria, contra 71% nos países desenvolvidos, segundo estudo do Banco Mundial.

Abrapp deve criar fundo imobiliário para abrigar ativos das fundações
Ao restringir a posse de imóveis físicos pelos fundos de pensão, a Resolução Nº 4.661 sem querer abriu um novo campo de atuação para a Abrapp, que já se movimenta para criar um fundo imobiliário que abrigará os imóveis que os fundos de pensão serão obrigados a vender ao longo dos próximos 12 anos, de acordo com a nova resolução, informa  a AGÊNCIA INVESTIDOR INSTITUCIONAL.. Segundo fonte da Associação, a nova carteira terá a participação de Sérgio Belezza, criador do primeiro fundo desse tipo no País, , além de diversos profissionais das entidades fechadas que venderão seus ativos.

A Resolução 4.661, que substitui a 3.792, prevê o fim do limite de 8% para imóveis e participações imobiliárias diretas e a abertura de um novo limite de 20% para incluir produtos do segmento imobiliário, como Fundos  de Investimento Imobiliário (FII), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Cédulas de Crédito Imobiliário (CCI). Os fundos de pensão terão um prazo de 12 anos para se desfazer de imóveis e participações imobiliárias de suas carteiras.

A criação de um FII pela Abrapp quer evitar a pressão baixista do prazo de 12 nos sobre os ativos das fundações, pois a cada ano que passa fica mais próximo o momento final para a desimobilização e isso impacta negativamente os  valores dos imóveis. Segundo a fonte de Investidor Institucional, a intenção da Abrapp de abrir o novo fundo imobiliário já foi comunicada à Previc.

País tem encontro marcado com a reforma da Previdência em 2019

Em artigo publicado em O GLOBO, o economista Fábio Giambiagi, diz que o Brasil terá um encontro marcado com a realidade. Em 2019, o governante eleito em outubro terá que ter a habilidade para convencer a população de que será preciso encarar o tema previdenciário de forma adulta e sem demagogia e isso definirá, de certa forma, o tipo  de País que teremos nos próximo 20 a 30 anos.

São principalmente 10 as questões acerca das quais o País precisará pensar.

Quanto à idade para aposentadoria, ela deveria ser de  65 anos para homens e 60 para as mulheres, mas em diversos países o padrão já começa a ser modificado em função da maior expectativa de vida. O ideal é quem se se aposenta por idade pode fazê-lo em uma idade X e, quem se aposenta por tempo de contribuição, deve ter no mínimo uma idade  Y.  No futuro, ambos os parâmetros poderiam convergir se as figuras X e Y forem unificadas.

Relativamente às regras de transição, com a imposição de regras mais rígidas para a aposentadoria para quem ingressar no mercado de trabalho a partir da aprovação da reforma, os efeitos reais só seriam sentidos após 2050. Mas, o País terá que equacionar o problema fiscal muito antes disso e, assim, é essencial que a mudança alcance também quem já está no mercado de trabalho.

No que concerne à pensão, a maioria dos especialistas coincide que o Brasil tem regras que se encontram entre as mais generosas do mundo e isso terá que mudar, tornando-se muito mais restritiva.

Com a maior presença feminina no mercado de trabalho e a maior longevidade das mulheres, mais e mais países estão migrando para a igualdade de regras. E o Brasil deveria caminhar nessa direção.

Em relação aos professores, há mulheres que, começando a lecionar com 22 anos, já podem se aposentar aos 47, o que é insustentável.

Hoje, quem se aposenta no meio rural o faz com 15 anos de contribuição e 5 anos antes dos que se aposentam no meio urbano, além de estar sujeito a contribuições muito menores. A repactuação dessa diferenciação entre urbanos e rurais é um assunto que também precisa ser discutido.

A discussão precisa envolver a regra do salário mínimo e piso previdenciário. Esta variável tem tido aumentos reais expressivos. A regra atual não é mais viável.

Veja-se ainda o caso dos benefícios assistenciais. Quem os recebe ganha um salário mínimo com a mesma idade e no mesmo valor de quem contribuiu durante anos para o INSS. E isso é insustentável.

As Forças Armadas têm regras diferenciadas de aposentadoria. Seus defensores citam as especificidades da carreira e isso vem sendo um tabu ao longo das décadas, mas terá que ser encarado com o devido senso de equilíbrio e justiça.

Giambiagi encerra citando Churchil, segundo quem “o tempo da procrastinação e do adiamento está acabando. Está chegando o tempo das consequências”. Para o Brasil, isso ocorrerá em 2019.

BRF: mercado reage positivamente ao plano de recuperação

O plano emergencial anunciado pela BRF  foi bem recebido pelos investidores. As ações da companhia, que haviam atingido na última quinta-feira o seu menor patamar desde 2009, dispararam no pregão de ontem e fez o valor de mercado da companhia aumentar quase R$ 2 bilhões em um único dia, informam O ESTADO DE S. PAULO e VALOR ECONÔMICO.

As ações da companhia subiram 12,3% nessa segunda-feira, encerrando o dia valendo R$ 20,21. Foi a maior alta do Ibovespa. Com isso, o valor de mercado da empresa passou a ser de R$ 16,4 bilhões. Vários bancos de investimento divulgaram relatórios favoráveis.

Contudo, a BRF ainda terá de superar muitas dificuldades, acredita também o mercado. Há dúvidas sobre se conseguirá obter um valor justo pelos ativos que pretende vender para se reequilibrar. O ciclo de notícias ruins, envolvendo restrições de exportações para a Europa, também deverá pesar.

Fonte: Abrapp